Mais sobre classificação

a classificação dos seres vivos

 
1) A classificação dos seres vivos:
Lembre-se que o ramo da Biologia que trata da classificação e nomenclatura dos seres vivos é a Taxonomia.
Saiba quais e quantos são os reinos atuais e em quais deles se enquadram os diferentes organismos.
Conheça as regras de nomenclatura e o sistema binomial de Lineu e as outras categorias de classificação além de espécie (unidade natural de classificação dos seres vivos).
Recorde que espécies muito parecidas podem ser reunidas em um gênero; gêneros semelhantes se agrupam em uma família ; famílias parecidas se juntam em uma ordem ; as ordens afins formam uma classe; classes em comum farão parte de um mesmo filo (ramo para os animais e divisão para os vegetais) e finalmente os filos ou divisões serão reunidos em um mesmo reino. Assim, os agrupamentos são : reino, filo, classe, ordem família gênero e espécie.
De acordo com a classificação adotada há cinco reinos: o Monera (das bactérias e cianobactérias), o Protista (dos protozoários eucariontes e das algas euglenofíceas, pirrofíceas e crisofíceas), o reino Fungi (dos fungos unicelulares ou pluricelulares), o reino Animalia ou Metazoa (dos animais pluricelulares) Metaphyta ou Plantae (de vegetais como briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas e das algas rodofíceas, feofíceas e clorofíceas). Mas, há também quem considere todas as algas (exceto as cianobactérias, antigamente chamadas algas azuis ou cianofíceas) como seres pertencentes ao reino Protista.
A terminação idae indica família nos animais e o sufixo aceae é indicativo de família nos vegetais.
Observações:
O sueco Lineu (Carl von Linné ) depois passou a usar seu nome na forma latina, Carolous Linnaeus
Para a maioria dos autores, os vírus (organismos acelulares, parasitas intracelulares obrigatórios) estariam ainda sem reino, devido às características apresentadas por eles.
Os fungos são eucariontes, aclorofilados, heterótrofos por absorção (absorvem moléculas orgânicas simples).
Os animais são eucariontes, heterótrofos por ingestão (ingerem moléculas orgânicas complexas extraídas de outros seres vivos, dos quais se alimentam).
Os vegetais mais complexos e as algas em geral são eucariontes, autótrofos, fotossintetizantes e possuem clorofila em seus plastos.
As antigas algas azuis (atualmente, chamadas cianobactérias) não são mais enquadradas no grupo das algas, mas sim, no das bactérias. As cianobactérias são procariontes, autótrofas e clorofiladas, mas não possuem cloroplastos. Sua parede celular não apresenta celulose, mas sim, peptidoglicano (também presente em outras bactérias). As bactérias em geral são unicelulares procariontes, apresentando parede celular, membrana plasmática (ou plasmalema), material genético e citoplasma com hialoplasma e ribossomos; mas vale lembrar que o micoplasma ou PPLO é um tipo de bactéria que não possui parede celular.
Algumas bactérias são autótrofas e outras heterótrofas por absorção.
Muitas são úteis para os seres humanos na produção de queijos, iogurtes, vinagre, antibióticos produção de certas vitaminas, (vitamina K, por exemplo, é produzida por bactérias intestinais), combate a espécies inimigas, etc.
Bactérias decompositoras, juntamente com certos fungos, permitem a reciclagem da matéria orgânica na natureza, mas também, podem trazer prejuízos econômicos por promoverem a deterioração de alimentos, por exemplo.
As cianobactérias se associam em mutualismo a fungos formando os liquens, pioneiros em uma sucessão ecológica. Algumas espécies de cianobactérias, além de serem fotossintetizantes, podem fixar o nitrogênio atmosférico e necessitam o mínimo para a sua sobrevivência (apenas N2, CO2, luz e alguns minerais), colonizando locais como rochas nuas ou solos sem outras formas de vida.
Certas bactérias também se associam a raízes de plantas leguminosas e são úteis à agricultura. Bactérias participam ativamente no ciclo do nitrogênio (elas são ativas na decomposição de matéria orgânica, fixação biológica, nitrificação e denitrificação). Muitos animais herbívoros, como os ruminantes, sobrevivem graças a ação de bactérias e protozoários capazes de produzir celulase que atua sobre a celulose ingerida.
Bactérias parasitas degradam matéria orgânica presente nos tecidos de organismos vivos. Neste grupo são encontradas as bactérias patogênicas causadoras de doenças como: tuberculose, difteria, coqueluche, certos tipos de pneumonia, meningite meningocócica, disenteria bacilar, tétano, gangrena gasosa, cólera, botulismo, cáries, furunculose, hanseníase (lepra), febre tifóide, etc. lhes causam doenças.
Muitas bactérias patogênicas são capsuladas, contudo há bactérias não capsuladas causadoras de doenças e outras capsuladas que não nos fazem mal.

1. A nomenclatura da espécie é binominal
É obrigatório, no mínimo dois nomes para cada espécie: o primeiro é o nome genérico (ou epíteto genérico) e o segundo, o epíteto específico.
Ambos devem ser destacados do texto (em negrito, itálico ou sublinhado) e escritos em latim com a primeira palavra (a do gênero) com letra inicial maiúscula e a segunda palavra com inicial minúscula (mas, se for nome próprio, este termo exclusivo, pode ser escrito com letra inicial maiúscula ou minúscula.
Exemplos:
a) Homo sapiens
b) Trypanosoma cruzi ou Trypanosoma Cruzi (este nome foi dado por Carlos Chagas ao protozoário causador da doença de Chagas para homenagear Osvaldo Cruz).
Observação:
Note que Homo sapiens indica que os seres humanos pertencem ao gênero Homo e à espécie Homo sapiens ( não seria correto escrever que o homem pertence apenas à espécie sapiens pois, como você já sabe, o nome da espécie é binominal). O nome indicativo do gênero, contudo, pode ser escrito sozinho quando se refere ao grupo de espécies que o compõem. Assim, é correto grafar-se Homo para indicar o gênero a que pertencem os seres da espécie Homo sapiens
2. A nomenclatura da subespécie é trinominal
A nomenclatura de uma subespécie ou raça é trinominal, isto é, formado por três palavras. O terceiro termo, indicativo da subespécie, deve ser escrito sempre com letra inicial minúscula vindo logo depois do nome da espécie. Esta regra vale para a Zoologia, mas não, para a Botânica.
Exemplos:
a) Crotalus terrificus terrificus (cobra cascavel brasileira )
b) Rhea americana alba (ema branca)
3. Nome indicativo do subgênero
Quando se tratar de subgênero , este deverá ser escrito com inicial maiúscula , entre parênteses e depois do nome do gênero. Esta regra vale para a Zoologia, mas não, para a Botânica.
Exemplo: Aedes (Stegomya) aegypti (mosquito transmissor da dengue e da febre amarela)

Vantagens de utilização do nome científico
Facilidade de comunicação entre pessoas de diferentes regiões de um país ou mesmo de outros países, pois evita o uso de nomes vulgares ou populares que poderiam gerar confusão por mudarem com o tempo, ou serem diferentes nos diversos locais. A nomenclatura científica é universal e tende a ser imutável, facilitando a padronização, documentação e a troca de informações sobre os seres.
Classificação da espécie humana em relação a algumas categorias taxonômicas :
Reino: Metazoa ou Animalia
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Classe: Mammalia
Ordem: Primata
Família : Hominidae
Gênero: Homo
Espécie: Homo sapiens
Subespécie: Homo sapiens sapiens

Fonte: Vestibular1

Classificação dos Seres Vivos

Por que classificamos?

Quando nos deparamos com uma grande variedade de objetos ao nosso redor, temos a tendência de reunir em grupos aqueles que consideramos semelhantes, classificando-os. Está é uma característica inerente ao ser humano. O ser humano classifica as coisas porque isso as torna mais fáceis de serem compreendidas. É provável que o homem primitivo distribuísse os seres vivos em grupos: os comestíveis e os não-comestíveis, perigosos e não-perigosos etc..
No nosso dia-a-dia, temos constantemente exemplos de classificação de coisas; ao se classificar os selos, por exemplo, levamos em conta critérios de semelhanças como país, o ano do selo, o motivo da estampa etc..
Em qualquer sistema de classificação são usados determinados critérios. Num supermercado, a disposição dos produtos nos corredores e nas prateleiras obedece a certas regras estabelecidas pelo proprietário. Por exemplo, os produtos de higiene pessoal ficam numa determinada prateleira de uma determinada seção, os refrigerantes numa outra e os chocolates em uma terceira etc.. É claro que o dono de um supermercado pode usar critérios diferentes de arrumação.
Os cientistas também classificam. Mas no caso da Ciência, não é aconselhável a existência de muitos sistemas diferentes de classificação. Podemos perceber que isso tornaria muito difícil a “comunicação” entre cientistas.
A importância da classificação biológica é facilitar a compreensão da enorme variedade de seres vivos existentes.

- Os grupos básicos de Linnaeus

A primeira tentativa conhecida de classificação foi feita pelo filósofo grego Aristóteles (384- 322 a.C.).
Aristóteles trabalhou principalmente com animais e classificou várias centenas de espécies. Ele dividia os animais em dois grandes grupos: os com sangue e os sem sangue. Teofrasto, um discípulo de Aristóteles, descreveu todas as plantas conhecidas no seu tempo: ao classificar as plantas, um dos critérios utilizados foi o tamanho; ele as dividia em árvores, arbustos, subarbustos e ervas.
De Aristóteles até o começo do século XVIII houve pouco progresso. Foram elaborados alguns sistemas de classificação mas com pouco sucesso. Os critérios eram arbitrários, alguns Biólogos classificavam os animais de acordo com seu modo de locomoção, outros conforme o ambiente em que ele vivia etc.
Um exemplo disso pode ser notado ao analisarmos a classificação de um animal tendo por base apenas o ambiente onde ele vive. Pássaros, morcegos e insetos são classificados como animais aéreos e, no entanto, são muito diferentes entre si. Certamente um beija-flor tem mais semelhança com uma ema (terrestre) do que com uma mosca.
Podemos notar que escolher como critério apenas o ambiente não acrescenta muito sobre o grupo.
Estas primeiras classificações eram consideradas artificiais, pois utilizavam critérios que não refletiam as possíveis relações de parentesco entre os seres vivos.
Hoje em dia classificações são naturais, pois procuram agrupar os seres vivos de acordo com o maior número possível de semelhanças, tentando estabelecer relações de parentesco evolutivo entre os mesmos.
Um grande marco na classificação dos seres vivos foi estabelecido pelo Naturalista e Médico sueco Linnaeus (lê-se Linô).
Linnaeus desenvolveu um sistema de categorias hierárquicas que, com algumas modificações, é usada hoje. No entanto, ele não levou em conta as relações de parentesco evolutivo entre seres vivos, pois acreditava que as espécies existentes na Terra tinham sido criadas uma a uma por Deus e que, desde o instante da criação até então, elas teriam permanecido sem qualquer alteração. Esse princípio da imutabilidade, denominado fixismo, era crença generalizada entre os naturalistas da época de Linnaeus.
Atualmente o fixismo não é mais aceito, tendo sido contestado a partir dos trabalhos de Darwin em 1 859. Darwin desenvolveu idéias sobre a evolução dos seres vivos através da seleção natural.
A teoria da evolução biológica ou simplesmente teoria da evolução diz que todos os seres vivos, dos mais simples até o homem, estão sujeitos a contínuas modificações ao longo do tempo. Assim, acredita-se que todas as espécies atuais ou as já extintas se originaram a partir de outras, pelo acúmulo de novas características, que revelam as suas adaptações ao diferentes ambientes durante a história da Terra.
Com a aceitação da teoria evolutiva, as espécies deixaram de ser vistas como grupos estáticos de seres vivos.
No sistema proposto por Linnaeus a espécie é a unidade de classificação e pode ser definida como sendo “um grupo de organismos que se acasalam na Natureza e cujos descendentes são férteis”.
O atual sistema de classificação dos organismos também considera a espécie como unidade de classificação.
As diferentes categorias de classificação, chamadas de categorias taxonômicas, foram ampliadas. Linnaeus elaborou um sistema de classificação onde havia 5 categorias de espécies semelhantes, que eram agrupadas em um mesmo gênero; os gêneros semelhantes são agrupados numa mesma família; famílias semelhantes são reunidas numa ordem; ordens semelhantes são agrupadas em uma classe; classes semelhantes são agrupadas em um filo ou divisão, e filos ou divisões semelhantes são agrupadas em um reino. As categorias podem ser representadas, da mais ampla para a mais restrita, da seguinte maneira:
REINO FILO CLASSE ORDEM FAMÍLIA GÊNERO ESPÉCIE
Além dessas categorias, muitas vezes são utilizadas categorias intermediárias, tais como subfilo, infraclasse, superordem, superfamília, subgênero, subespécie. Para exemplificar o atual sistema de classificação, vamos ver a classificação do cão, desde a categoria mais geral, que é o reino, até a mais restrita, que é a espécie.
 
Um exemplo de classificação taxonômica: o cão

- Uma classificação geral dos seres vivos

Muitos sistemas de classificação de seres vivos foram propostos, mas esse assunto ainda é muito controvertido. As Ciências Biológicas estão em plena expansão e tem sido possível conseguir mais e melhores informações a respeito dos seres vivos, trazendo assim maiores subsídios para a compreensão de suas histórias evolutivas. Por essa razão, a classificação tem sofrido modificações, pois trata-se de um tema dinâmico, não existindo um sistema que contente a todos.
Num dos primeiros sistemas de classificação, na época de Linnaeus, era comum a divisão dos seres da natureza em 3 reinos: Vegetalia ou Plantæ, Animalia e Mineralia. Essa divisão perdurou até cerca de 60 anos atrás. Em conseqüência, ainda há quem insista em considerar os seres vivos unicamente em dois reinos: Vegetalia e Animalia.
Num outro sistema proposto, os seres vivos eram colocados em 3 reinos: Protista, Plantæ e Animalia. Este sistema também não é mais utilizado.
Posteriormente surgiu um sistema de classificação onde os seres vivos eram divididos em 4 reinos: Reino Monera (bactérias e cianobactérias), Reino Protista (algas, protozoários e fungos), Reino Plantæ (desde musgos até angiospermas) e Reino Animalia (desde esponjas até os mamíferos).
Esse sistema ainda é utilizado por algumas pessoas, mas está pouco a pouco sendo substituído por um sistema que agrupa os seres vivos em 5 Reinos:
  • Reino Animalia: todos os animais desde as esponjas até os mamíferos
  • Reino Plantae: desde algas pluricelulares até angiospermas
  • Reino Fungi: todos os fungos
  • Reino Protista: algas unicelulares e protozoários
  • Reino Monera: bactérias e cianobactérias
O sistema dos 5 Reinos foi proposto em 1 969 pelo Biólogo norte-americano R. H. Wittaker e é o utilizado atualmente.

- Nomenclatura dos seres vivos

Se você consultar um dicionário verificará que o fruto conhecido como ABÓBORA também pode ser chamado de jerimum, jerimu, jurumum, zapolo e zapolito-de-tronco. É provável que você não conheça todos esses nomes.
Se em uma única língua de um único País existem tantos nomes para um mesmo organismo, calcule, então, como seria confuso se considerarmos todas as línguas e dialetos que existem no mundo!
Para facilitar a comunicação entre pessoas de diferentes nacionalidades, que falam diferentes idiomas, e entre pessoas de diferentes regiões geográficas de um mesmo país, são utilizados nomes científicos para designar as várias espécies de seres vivos.
O sistema atual de nomenclatura segue proposta de Linnaeus:
  • é binomial, isto é, composto por dois nomes escritos em latim, ou latinizados;
  • o primeiro nome refere-se ao gênero e deve ter a inicial com letra maiúscula, ex.: Canis
  • o segundo nome é o epíteto específico e deve ser escrito com inicial minúscula, ex.: familiaris
  • Os dois juntos formam o nome da espécie, ex.: Canis familiaris, que é o cão doméstico.
  • Os nomes científicos devem ter grafia diferenciada no texto. Se este for manuscrito, deve-se passar um único traço embaixo do nome. Se for impresso pode-se, por exemplo, deixar a letra em itálico.
Observe o exemplo abaixo:
Tendo em vista que a classificação correta é em latim (ou em palavras latinizadas), apresentaremos os tópicos desta forma. No decorrer do texto, porém, vamos usar a classificação em língua portuguesa. Note também que, em alguns nomes, há a presença de radicais gregos. 

Fonte: educar.sc.usp